
A relação de carinho e companheirismo entre Romi e o filho é uma grande prova de que o amor ultrapassa barreiras e vence grandes desafios. Para que Rogério, paciente que faz acompanhamento com a equipe de cuidados paliativos do Hospital do Câncer em Uberlândia, pudesse ter uma boa qualidade de vida dentro da própria casa, seu pai realizou várias mudanças na moradia que possibilitaram melhorias na vida de do paciente. A equipe do Grupo Luta Pela Vida acompanhou uma das visitas domiciliares das profissionais do Hospital do Câncer até a casa da família e conheceu mais essa história. Confira!
O início de várias mudanças
Filho único de Valdeci Maria e Romi Alves, Rogério estava na casa dos 20 anos quando descobriu um tumor na cabeça, em 2001. Era apenas o início de várias mudanças na vida dele e dos pais, que o acompanharam e vivenciaram de perto todas as outras cirurgias pelas quais ele precisou passar nos anos seguintes. As duas últimas operações aconteceram em 2020 e 2021, além de uma radioterapia em 2022. Antes casado, ao longo dos anos de tratamento, Rogério também se divorciou. A partir de então, voltou a morar com os pais, que tomaram frente da situação e auxiliam nos cuidados, juntamente com os dois filhos de Rogério.
No ano passado, a situação de Rogério ficou mais delicada e ele chegou a ficar 10 dias em coma enquanto estava internado no Hospital de Clínicas da UFU (HC-UFU/Ebserh). Foi então que o paciente foi encaminhado para o Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos, na época recém inaugurado. No espaço, recebeu toda a assistência necessária e aos poucos foi se recuperando, com acolhimento e carinho, o que contribuiu de forma importante para ele ganhar alta.
Amor que dá forças
Em razão da doença e de todas as consequências das cirurgias, Rogério tem pouca mobilidade e precisa de cadeira de rodas para se locomover. De volta em casa, os pais perceberam que novos desafios estavam surgindo, uma vez que o filho havia se tornando muito dependente. “Quando ele veio para a casa, não estava nem sentando. A gente tinha que ajudar a levantar, ir ao banheiro e até escovar os dentes”, lembra Romi.
Rogério conta que o pai sempre foi muito criativo e inteligente para pensar em inovações e construções, o que explica a iniciativa que ele teve ao ver o filho tentando se movimentar sozinho em casa. “Eu falei para ele: Rogério, vamos fazer um negócio... Vou pegar R$ 150,00 e comprar um material para colocar [ferros de suporte] na casa inteira. O trem quando tem que dar certo, dá; e deu”, explica Romi mostrando todas as adaptações que fez na casa utilizando algumas barras para auxiliar na locomoção e nos exercícios que Rogério precisa fazer. “Com essa adaptação aqui, ficou melhor. Aqui dentro eu faço de tudo!”, afirma o filho.
Em cada palavra e ação de Romi é possível ver o quanto o amor que ele sente pelo filho dá forças para ele oferecer uma melhor qualidade e mais autonomia a ele. “Tem que ter um para grudar nele igual ao pai e eu grudei mesmo. Graças a Deus que eu tenho ele, é bom demais!”.
O Grupo Luta Pela Vida deseja felicidade e que esse laço de amizade e parceria entre Romi e Rogério se fortaleça cada vez mais!