
Maio é o mês vermelho por representar a luta e prevenção contra o câncer bucal. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que haja anualmente 15.100 novos casos desse tipo de câncer, mais comum em homens acima de 40 anos. A maioria dos casos é diagnosticado em estágios avançados da doença, o que torna ainda mais necessária campanha de conscientização do Maio Vermelho.
Os principais fatores de aumento de risco são: tabagismo, ou seja, fumantes de cigarro ou consumidores de produtos derivados do tabaco; consumo regular de bebidas alcoólicas; exposição ao sol sem proteção; excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) e infecção pelo vírus HPV (câncer de orofaringe).
De acordo com a pesquisadora do Núcleo de Projetos, Prevenção e Pesquisa em Câncer (NUPPPEC) do Grupo Luta Pela Vida, Pollyana Junia Felicidade, esse câncer pode se desenvolver nos lábios, língua, gengiva, bochechas e o céu da boca. Ela também lista as formas de prevenção e sinais de alerta:
Formas de prevenção
Não fumar;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Manter peso corporal adequado;
Manter boa higiene bucal;
Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral.
Sintomas e sinais para ficar alerta
Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas;
Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo;
Nódulos no pescoço;
Rouquidão persistente.
Em casos mais graves:
Dificuldade de mastigação e de engolir;
Dificuldade na fala;
Sensação de que há algo preso na garganta;
Dificuldade para movimentar a língua;
Alteração na coloração ou aspecto da boca.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer na boca pode ser feito com o exame clínico (visual), porém a confirmação depende da biópsia. Esse procedimento, na maioria das vezes, é feito de forma ambulatorial, com anestesia local e por um profissional preparado. Exames de imagem, como a tomografia, também podem auxiliar no diagnóstico e, principalmente, ajudar a avaliar a extensão do tumor. O exame clínico associado à biópsia, com o estudo da lesão por imagem permitem ao cirurgião definir o tratamento adequado. As lesões muito iniciais podem ser avaliadas sem a necessidade de exame de imagem num primeiro momento.
Tratamento
Geralmente, o tratamento do câncer bucal ocorre mediante intervenção cirúrgica feita por cirurgião de cabeça e pescoço. Quando feita, a cirurgia normalmente consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução, se necessário. Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão. Nos casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é necessária realização de radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante o aspecto interdisciplinar (com a participação de vários profissionais de saúde) visando prevenir complicações e sequelas.
Diante de alguma lesão ou percepção de sinais, procure um profissional de saúde (dentista ou médico) para diagnóstico. Aproveite as consultas para tirar dúvidas. É importante visitar o dentista periodicamente para favorecer o diagnóstico precoce. Ademais, lembre-se sempre das formas de prevenção. Cuide-se! 😊