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Devoção e amor ao próximo da Dona Cida



Fazer sem esperar algo em troca: é assim que podemos definir o papel de quem escolhe ser voluntário. Atualmente, 480 pessoas compõem o Núcleo de Voluntários do Grupo Luta Pela Vida e buscam levam a humanização aos pacientes do Hospital do Câncer em Uberlândia. Embora a pergunta “o que leva uma pessoa a ser voluntária?” seja subjetiva, Maria Aparecida da Silva escolheu essa missão para compartilhar sua história de vida.


“A parte mais difícil era a hora do banho. Era muito doloroso olhar para baixo e ver as gotas d’água caindo em linha reta sobre as minhas costelas. A retirada do meu seio mexeu muito com minha autoestima”, relata Maria Aparecida, a dona Cida, de 80 anos. Aos 60, ela foi diagnosticada com câncer de mama e no dia 9 de maio de 2000, um mês após a inauguração do Hospital do Câncer em Uberlândia, iniciou os tratamentos na radioterapia da Instituição. A luta pela vida da dona Cida nascia, ali, no mesmo ano que o Hospital do Câncer.


Relembrando o passado, ela conta que o tratamento da doença era muito diferente do atual, “eu sofri preconceito em vários momentos do processo, as pessoas não tinham coragem nem de falar na palavra ‘câncer’. Além de lutar contra isso, eu tive que aprender a lidar com as pessoas morrendo o tempo todo ao longo do caminho. Era muito difícil”. Sobre outra grande diferença, ela afirma que, se hoje a humanização é um dos carros chefe do tratamento da doença, antes as pessoas não tinham esse cuidado.



Dona Cida e sua neta, Tafnes, nos dias de hoje


Quase trinta sessões de radioterapia depois, o seu tumor não respondeu aos procedimentos e ela teve que iniciar as quimioterapias. “Aquele foi o momento mais assustador de todo o processo. Ela sempre foi uma mulher forte e ver ela debilitada, sem os seus cabelos e passando mal daquela forma, foi a parte mais difícil pra mim”, se lembra Edna, a filha mais velha de dona Cida, “ela chegou a falar em desistir. As únicas coisas que a mantinham firme era sua fé em Deus e a netinha dela de dois anos, a Tafnes, que era seu verdadeiro anjo”. Um ano após os tratamentos, dona Cida venceu a luta pela sua vida.


Maria Aparecida atua como voluntária no Hospital do Câncer e em outras Instituições antes mesmo de ter sido diagnosticada com a doença. Segundo ela, esse trabalho tomou outro significado quando ela teve que lutar pela própria vida. Hoje, no auge dos seus oitenta anos de idade, ela faz dessa ocupação uma missão, “eu entro nos leitos e conto minha história para os pacientes e peço para que eles tenham muita fé em Deus e no tratamento. Em vários momentos eu pensei em desistir, mas olha pra mim aqui”.


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