
O adoecimento psicológico é multifatorial, e às vezes pode ser um pouco difícil falar de prevenção, mas isso não significa que não existam práticas que diminuam as formas de nós adoecermos psicologicamente. Existem os fatores de risco e os fatores de proteção.
Os fatores de risco aumentam a probabilidade de se ter um adoecimento psicológico.
Já os fatores de proteção são aqueles que aumentam a probabilidade de você não desenvolver alguma forma de enfermidade emocional. Confira alguns desses fatores de proteção:
Cultivar e fortalecer bons vínculos
O que chamamos de suporte social, pessoas com quem temos vínculos saudáveis. Às vezes pela correria do dia a dia, nossas tarefas, atividades, nós acabamos negligenciando essa parte, então nós precisamos escolher deliberadamente fortalecer esses vínculos (ligar para algum familiar, amigo, encontrar essas pessoas). Isso causa alegria, prazer, potência para nós mesmos, e dentro do possível, crie novos vínculos.
Não fuja de situações de desconforto
Nós temos uma inclinação para fugir de situações que nos causam desprazer, às vezes aquela conversa difícil ou falar em público, por exemplo. Mas quando fazemos isso, nós passamos uma mensagem negativa para nós mesmos, de que não damos conta, e isso gradativamente vai deteriorando nossa autoestima, então não enfrentar essas situações, não só não resolvem, como pioram a nossa autoestima. Quando enfrentamos essas situações, nos sentimos pessoas forte, ousadas, corajosas. O desconforto é só uma sensação, ele aparece e ele vai embora.
“Ame” os seus problemas
Isso parece não fazer sentido, né? Mas é impossível evitar completamente os problemas em nossa vida. A vida é feita de problemas que vão se sucedendo. Se você sabe que isso sempre acontecerá, se você tiver uma postura de querer evitá-los, você sempre estará em uma atitude de recuo, de retranca, de fuga. Já que você vai ter que passar por eles, comece a “gostar” deles, para que você possa encará-los de maneira a enfrentá-los, como desafios. Quando você encara só como obstáculo, você só fica querendo fugir, em uma posição vulnerável, de fragilidade diante da existência.
Atente-se para sua relação com o trabalho
O trabalho é um dado fundamental da saúde, não somente de maneira negativa, mas também de forma positiva. Por isso, é fundamental entender que o trabalho não pode ser a única fonte de elaboração de sentido na nossa vida. Talvez seja a hora de tentarmos dar novos contornos ao trabalho e embarcarmos em um questionamento que possa nos reposicionar melhor como sujeitos de nossos desejos. É ótimo amar o que faz – para quem tem esse privilégio – mas a paixão pelo trabalho não precisa ser cega e monogâmica. Além disso, com uma massa tão volumosa de pessoas trabalhando com o que dá e não com o que ama, porque o trabalho teria que ser fonte máxima – ou única – de sentido na vida? Nem só fonte de sobrevivência, nem razão absoluta da existência. Equilíbrio. Uma coisa é buscar propósito no trabalho, outra é fazer do trabalho o único propósito da vida.
Por isso, esteja sempre atento para os cuidados que devemos ter no dia a dia, e não se esqueça de cuidar da sua saúde mental enquanto há tempo! Ações preventivas podem evitar o agravamento de condições mentais, contribuindo para uma vida mais equilibrada e um maior bem-estar psicológico.